terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

QUILOMBOLA CAPOEIRA ANGOLA



Entendo a Capoeira Angola, finalmente, como uma idéia, não um estilo! Agrega valores que a define como um caminho, um ideal, uma causa, uma ação ligada diretamente para causas sociais, o sindicato dos excluídos, o grito dos humildes, a voz da plebe e de todos que necessitam de discernimento, independente de estilos, que já é próprio, inerente, sendo que expressamos em movimentos o que somos. Precisamos mudar o conceito atual, que a Capoeira Angola é o estilo dos velhos, dos lentos, da capoeira sem combatividade, do jogo embaixo somente. É tudo isso e muito mais! É a idéia dos velhos sim, não o estilo. Estamos herdando toda essa idéia dos velhos e estamos deixando essa idéia se perder por falta de discernimento, responsabilidade, compromisso, atitude. Temos que treinar, estudar, treinar, ler, treinar, vivenciar, treinar e treinar, para mudar esse conceito ridículo que está levando todos para outras vertentes. Temos que fazer da Capoeira Angola realmente uma filosofia, compromisso para que possamos moralizá-la. Chega a ser desleal, sendo a Capoeira Angola a que embate ao sistema. Somos naturalmente excluídos das mídias, tornando nossas idéias ainda mais ocultas. Penso que seja essa a identidade da Capoeira da Ilha, Capoeira Angola, agregada a todos esses valores, onde jogamos embaixo, em cima, no meio, voando, onde os berimbaus arrepiam os pêlos, onde a ladainha cala fundo em que ouve, onde o Mestre ainda tem autoridade sem ser autoritário, sem excluir as pessoas por não estarem de cintos ou sapatos, com malandragem, revide, educação, combatividade, resistência discernimento cultural, compromisso e muito treino para que possamos estar nas ruas com a nossa idéia moralizada, para que possamos dar visibilidade e atrair pessoas para compartilharem dessa idéia chamada Angola. Sinto que alunos e até alguns mais velhos não sentem orgulho da vertente, acabam por desistirem e desestimulam futuros angoleiros. Rodas ecléticas, cada qual com seu estilo dentro de uma idéia chamada Angola, onde cada um leva o que tem e traz o que precisa para sua vida, sem estereotipar os sentimentos, os movimentos, os pensamentos. Essa idéia que chamo de Angola é a força é o meio, e não devemos distorcer nem permitir que deturpem, criando outro conceito que nada irá contribuir para o esclarecimento de toda essa estrutura escravista que está aí nos oprimindo. Temos que ter orgulho do que somos! Sou Angoleiro, sim sinhô!!!
Mestre Pinóquio

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