terça-feira, 30 de março de 2010

Um convite à poesia!

Nossa vida mais se parece como uma grande corrida. Vivemos numa correria desenfreada. Gastamos quase todo nosso tempo trabalhando, para conquistar nossos bens materiais ou mesmo poder sobreviver... Muitas vezes deixamos de curtir bons momentos com nossos familiares e amigos! Lembro de meu tempo de adolescente, onde vivia na biblitoteca pública de minha cidade e da escola garimpando livros para ler. Muitos de poemas e poesias. Era uma delícia ler, sonhar, imaginar e admirar a arte das palavras. O que proponho é que nossa vida fique repleta de poesia, música, arte! Pois a vida é a nossa história escrita por nós mesmos. Porque não deixá-la mais bela?
Josinha

Pra começar um poema de Cora Coralina:

"Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar".
(Cora Coralina)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Dia Municipal da Capoeira

CONVITE
Camaradas:
Estaremos nos reunindo para discutir sobre o Dia Municipal da Capoeira (PL-13716/09) e Semana Municipal da Capoeira de Florianópolis (PL-13882/09)
PAUTA:
-APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS PARA O DIA E SEMANA MUNICIPAL DA CAPOEIRA
-DEFINIÇÃO DE COMISSÕES DE TRABALHO PARA AS ATIVIDADES.
Data: 06 de Abril (terça-feira)
Horário: 19h30min
Local: 1º andar – Câmara Municipal de Vereadores – Centro de Florianópolis.
Informações pelo telefone: 9613-8692

Todos estão convidados a participar!

A RODA DA RE VOLTA - Por Bagé


A roda da Re Volta marcou mais um momento desta longa historia. Na preparação da roda muita alegria, encontros e desencontros. Todos trouxeram seus instrumentos. Uma roda é sempre preparada em nosso grupo. Uma preparação para a guerra, para o amor. No começo, antes mesmo dos organizadores chegarem, aquela tensão de sempre. Alunos e professores de outra modalidade chegando para ocupar o espaço. Não, mas o espaço é nosso, está agendado para o ano todo! Conversa daqui e dali, hoje é o dia da roda. Horário conferido atrás da porta, a capoeira fica. Do outro lado, promessas de lutar pelo espaço. Incrível, mesmo fazendo tudo “nos conformes”, a sensação de insegurança é nossa companheira permanente! Começam a chegar convidados. Ressurgem das cinzas Bolita, Toninho, Rodrigo, Tiago. De todos os cantos da Ilha nossos irmãos da capoeira começam aparecer. Danuza chega com instrumentos. Bagé coloca os banners e instala a filmadora com Renata. Polegar puxa uma brincadeira e descontrai os convidados. O ginásio começa a encher. Toninho faz viagem de Canoinhas com seus quatro alunos. Alemão chega com seu Berimbau e pergunta: hoje é dia de roda? Olha para o ginásio e comenta: puxa, faz muito tempo que não entro aqui. O sentimento é de alegria e reunião, muita emoção por estarmos todos juntos, por compartilhar este dia.

A roda começa e a ladainha lembra que “yêê fala menino, mostra o que o mestre ensinou. Mostra que arrancaram a planta, mas a semente brotou e se for bem cultivada, dará bom fruto e bela flor” O som de berimbau ocupa cada espaço, cada canto da nossa alma, a letra cava fundo em nossos corações. Na camiseta de Toninho a roda de rua, o mercado, o antigo “aprendendo” ao novo.

Cada golpe, esquiva, uma lembrança inscrita nos corpos. É a tradição incorporada, essa que nos faz por todos os lados. Na Bateria os alunos mais velhos revezam com os mais novos. Alemão comanda ritmo, a cantoria, narra historias que merecem ser lembradas. Acompanhamos o seu pensar com olhos atentos no que diz os corpos de nossos convidados.

Os minutos passam e o tempo não faz diferença, estamos inteiros ali. Um arame que arrebenta, outro berimbau que acorda. A música sai e entra, o jogo sobe e desce. Pai de Santo marca sua presença.

Esta roda termina, mas a vida não. Sobrevivemos a mais uma batalha. Sentimo-nos mais fortes. E nas palavras de Mestre Pinoquio, a idéia de que somos uma legião e apenas mais um, a idéia de que somos fortes quando respeitamos a diferença, quando sabemos contra quem lutar. “A capoeira é uma luta física e cultural” contra toda e qualquer corrente que um dia acorrentou o escravo africano e que hoje acorrenta nossos pensamentos.

É o universitário e o popular caminhando juntos, encontrando caminhos comuns contra a chibata e a discriminação. É o saber popular e o conhecimento científico mostrando que a convivência é possível, necessária, uma arma de superação, emancipação e libertação.

Para não esquecer das flores, elas estão e estarão sempre lá, no coração e na ponta do pé e da mão. Quando se pensa que desapareceram, elas voltam. Serão como ervas daninhas, nascem com uma persistência rebelde. É revolução e revolta, é revolta e revolução. São sonhos que não se mata fácil, pois são sonhos vividos!

Nossa homenagem a eles que um dia começaram tudo isso. Yê viva meu mestre!

Agradecimento especial à:
Mestre Pinóquio, Pai de Santo, Dudu, Caixa e demais alunos do Quilombola.
Vítor do Grupo Aú Capoeira.
Alemão, Jô, Danuza, Polegar, Bolita, Helmany, Bagé, Márcia, Toninho, Gaudério, Rodrigo, Maninho, Tiago, Eloi, Neto e demais alunos da Palmares;
De Moçambique Moçamba, Arestides;
Maria do Ilha de Palmares;
Janice, Russel, Renata, André, Andrea, Gisele, alunos novos do projeto;
Toninho e seus alunos da Palmares de Canoinhas;
Alunos do labomidia do CDS/UFSC.

Fábio Machado Pinto - Bagé

quinta-feira, 11 de março de 2010

Roda da "Re Volta"


Foto: Roda de Mestres em 1988.

Camaradas,

No dia 15 de março (segunda feira) as 19h30min, estaremos inciando a roda de inauguração do Projeto de Extensão Capoeira da Ilha, na UFSC, no ginasio da capoeira (antigo ginasio de aluminio). Uma iniciativa da Central Catarinense de Capoeira Angola e da UFSC.

Convidamos a todos à quem chegar esta mensagem.

Adjetivamos esta roda como a Roda da "Re Volta". Uma roda que marcara o retorno e o recomeço. Lembrando que é uma roda aberta e comunidade, aberta aos capoeiristas, sem restrição. Lembrando que o passado que nos marcou com toda sua força não nos escraviza, mas é o futuro que nos puxa a construir um novo presente, e sempre a nos permitir ser diferente, ao mesmo tempo os mesmos. Se o presente me permite ser diferente, é melhor ser alegre do que ser triste... como dizia certa a cançao.

Ou ainda, como sempre lembrou Nelson Mandela, apesar dos seus 27 anos de encarceramento, ao assumir o governo do povo sul-africano...
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

EU SOU O MESTRE DO MEU DESTINO.
EU SOU O CAPITAO DA MINHA ALMA.

grande abraço,
Bagé