sábado, 29 de agosto de 2009

Encontro Internacional Capoeira Angola Palmares


Palavras não são suficientes para expressar todas as emoções e sensações de ter participado do Encontro promovido pelo Mestre Nô na Boca do Rio – Salvador – Bahia. Contou com a presença de representantes da Capoeira Angola Palmares da Bahia, Paraíba, Maceió, Rio Grande do Sul e Santa Catarina que foi representada pelo nosso irmão Quilombola Pinóquio, Polegar, Danuza e euzinha! Também tivemos representantes da Itália, Estados Unidos e Austrália. Primeiramente rever irmãos palmarinos que há tempos não via já foi uma grande emoção! O Curso do Mestre foi de suma importância, para fortalecer o aprendizado em relação aos fundamentos da Capoeira! Tivemos também aula com Mestre Lázaro em sua academia!
Na manhã ensolarada do sábado dia 22 o ponto alto do evento: a Inauguração do Centro Acadêmico Capoeira Angola Palmares! Com a presença de Mestre Virgílio essa roda foi mais do que especial. Ainda sinto sua energia! O sonho do nosso Mestre Nô sendo realizado e o grande encontro de irmãos de Capoeira! Não pude conter as lágrimas no jogo que Mestre Nô fez com Mestre Dindo! Pude presenciar também o grande encontro de Gulliver e Orli. Encontro mais do que esperado! E a espera valeu a pena porque o jogo deles encheu nossos olhos e coração!
Agora sofro com o banzo que me abate!
Quero agradecer ao Mestre Nô por ter proporcionado tudo isso e pela sua vida dedicada à Capoeira!
Valeu Mestre!
Josinha

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ponto de Cultura Quilombola



A Central de Capoeira parabeniza a Associação Cultural de Capoeira Angola Quilombola de Florianópolis que através do Projeto Capoeirando com as Crianças foi contemplado como Ponto de Cultura do Estado de Santa Catarina! Parabéns Mestre Pinóquio e aos nossos irmãos Quilombolas! É mais uma grande conquista da nossa Capoeiragem!

Pontos de Cultura - Boletim FCC


Governo anuncia 60 Pontos de Cultura para Santa Catarina.
Veja a lista dos selecionados

Santa Catarina já tem selecionadas as 60 entidades que deverão assinar, no mês de setembro, convênios para estabelecimento a rede de Pontos de Cultura no Estado, resultante do convênio firmado com o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte. O repasse dos recursos às instituições que tiveram seus projetos selecionados será de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) por ano, durante três exercícios, o que totalizam R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais).

Após as fases de análise documental e técnica, foi a vez da avaliação de mérito, que aconteceu na sede da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte entre os dias 12 e 14 de agosto. O trabalho foi realizado por uma comissão especial constituída por técnicos do Governo do Estado, do Conselho Estadual de Cultura (representando a sociedade civil) e do Ministério da Cultura. O resultado já está publicado no www.sol.sc.gov.br/pontosdecultura.

Para o secretário de estado de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, o edital Pontos de Cultura obteve um bom resultado de participação, com 203 projetos inscritos, de diferentes regiões do Estado. “Estamos certos de que a inclusão social por meio da cultura será uma realidade ao alcance de muitos catarinenses com a formação desta rede de Pontos de Cultura”, afirma Knaesel.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e Fundação Catarinense de Cultura – FCC – realizou reuniões de capacitação, com o apoio das Secretarias de Desenvolvimento Regional, em março de 2009, para esclarecer as dúvidas das entidades interessadas em inscrever seus projetos, em diversos municípios, com a finalidade de ampliar a participação, o que na prática se verificou.

“A capacitação foi fundamental para que obtivéssemos uma adesão expressiva, conforme apuramos pelo aumento significativo das inscrições”, afirma o Consultor de Relações com o Mercado da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e responsável pela condução do programa Pontos de Cultura no Estado, Joceli de Souza.

Veja a lista dos 60 projetos selecionados:

MUNICÍPIOS – PROPONENTE - PROJETOS SELECIONADOS

Araranguá
Instituição Espírita Casa da Fraternidade
Ponto de Cult. Juventude Luzes do Amanhã
Araranguá
Centro Cult. de Jovens e Adolescentes da Região Sul
Cultura em Ação
Blumenau
Soc. Dramático Musical Carlos Gomes
Nossa Força, Nossa Música
Blumenau
Lira Circolo Italiano di Blumenau
Grupo de Dança Belli Balli
Blumenau
Foto Clube de Santa Catarina
Fotografia para Todos
Braço do Norte
Assoc. Apoio à Criança e ao Adolescente
Braço da Cultura
Botuverá
Assoc. Idosos da Amizade de Botuverá
Oficina Artístico-cultural
Caçador
Instituto Selvino Caramori
Retratos
Canoinhas
Agência de Desenv. Reg. Integrado do Planalto Norte Catarinense
Tecendo a Cultura Contestada
Caxambu do Sul
Associazone Veneta Di Caxambu do Sul
Uma Cidade Tem que Ter Memória: Resgate, Preservação e Integr. Reg. da Cultura Italiana
Coronel Freitas
Associação Clube de Idosos Frei Elvico Mayer
Danças e Contradanças para o Resgate e a Inclusão Teatral de Idosos, Deficientes e Jovens em Situação de Vulnerabilidade
Chapecó
Kirka – O Som das Árvores
Imagem e Ação Jovem
Concórdia
Orquestra Sinfônica de Concórdia
DESENVOLVER
Içara
Associação de Radiodifusão Comunitária de Içara
Rádio Comun. como instr. de inserção sócio-cultural de menores na construção da cidadania
Criciúma
Multiplicando Talentos
Multiplicando Talentos em Criciúma
Criciúma
Associação Beneficente ABADEUS
Escolinha de Cinema
Curitibanos
Assoc. Cult. Esportiva Ogue Carvalho
Música no Planalto
Dionísio Cerqueira
Companhia de Teatro e Dança Arco-Íris
Arte Sem Fronteiras
Florianópolis
Ong Crescendo com Arte
Carijó Espaço de Arte
Florianópolis
Sociedade Musical e Recreativa Lapa
Educação Musical Popular
Florianópolis
Sociedade Amantes da Leitura
Barca dos Livros – Porto de Leituras
Florianópolis
Teatro Jabuti
Toca
Florianópolis
Casa da Criança do Morro Penitenciária
Casa da Cultura
Florianópolis
Associação Cultural Baiacu de Alguém
Pescadores de Cultura – proj. de mobilização sócio-cultural distrito Sto. Antônio de Lisboa
São José
Instituto Laélia Purpurata
“Laélia Pururata”
Florianópolis
Instituto Arco-Íris
Travessa Cultural
São Bonifácio
Grupo Folclórico Infan. Juvenil KLEINE TÄNZER de São Bonifácio
Resgate da Cultura Alemã através da Dança Folclórica
Florianópolis
Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo
Ponto de Cultura – “Engenho de Farinha”
Florianópolis
Associação das Entidades Usuárias do Canal Comun. de Florianópolis
UMA ILHA SE OLHA II
Florianópolis
Associação Cultural Arréda Boi
“Ponto de Cultura Arreda Boi: fortalecimento das cult. pop.na comunidade da Barra da Lagoa
Florianópolis
Associação Cultural de Capoeira Angola Quilombola
Capoeirando com as Crianças
Florianópolis
Instituto 3 Vermelho – I3V
Ponto de Cultura “Baleeira”
Bombinhas
Instituto Boimamão de Preservação e Fomento da Cultura
Escola da Terra - Engenho do Sertão
Itajaí
Associação Cultural Esportiva UNIVALI
INFORMARTE
Itajaí
Cia Etc. e Tal Artes Cênicas e Manipuladora de Formas
Núcleo Experimental de Formas Animadas
Jaraguá do Sul
Sociedade Cultura Artística - SCAR
Villa Coral
Jaraguá do Sul
Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu- MACONEVI
Projeto Mestre Manequinha – Fomentar e Preservar a Arte e Cult. Afro Vale do Itapocu
Água Doce
Clube de Mães Maria Rosa do Assentamento Olaria
Cultura e Cidadania nas Áreas da Reforma Agrária
Araquari
Associação Comunitária de Araquari
Senhora do Rosário – Catumbi de Araquari
Joinville
Assoc. Mor. e Amigos do Bairro Itinga
Itinga Pede Passagem
São Francisco do Sul
Associação Casa Familiar do Mar e Centro Comunitário do Pescador
Memorial da Pesca
Joinville
Sociedade Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville
Pólo de Produção Musical
Joinville
Federação das Associações Nikkeis de Santa Catarina
Projeto Cultural de Difusão dos Tambores Japoneses (taiko) em Santa Catarina
Lages
Associação Amigos do Museu Histórico Thiago de Castro
Cult., Memória e Desenv.-Ações de Preserv. do Patr. Cult. do Museu Hist. Thiago de Castro
Lages
Obatalá - Movimento Negro de Lages
Centro de Cultura Afro Brasileiro de Lages
Lages
Associação Cultural Matakiterani
Cultura Popular no Rumo de João Maria
Lages
Grupo Menestrel Faze-Dô
Projeto Teatro Circula-Dô
Laguna
Assoc. Cultural de Hip Hop de Laguna
Imagem Através das Lentes
Campo Alegre
Fundação Educacional de Campo Alegre
FECAMPO: Semeando Cultura
Maravilha
Assoc. Cultural e Esportiva de Maravilha
Maravilhosas Artes
Palmitos
Associação Coral de Palmitos – ACORPA
Ponto de Cultura: Dó, Ré, Mi... Cultura e Arte ao alcance de Todos
Formosa do Sul
Associação de Artesão ARTEFOR
Ponto de Cultura “Tom sobre Tom”: Música, Expressão e Arte
Braço do Trombudo
MAS - Associação de Moradores da Localidade do Serril
Guerreiros do Amanhã
Campo Erê
Associação Bom Samaritano de Campo Erê
Ponto de Cultura Para Todos: Arte, Cultura e Inclusão Social
Seara
Associação Italiana de Seara -Assis
Italiani Tra La Gente
Jaguaruna
Associação de Rádiodifusão Comunitária de Jaguaruna
GERMINAR – Núcleo Artístico e Cultural
Jaguaruna
Grupo Cultural Cru de Teatro e Boi de Mamão
Oficina das Artes Tecendo Cultura
Fraiburgo
Centro Cultural Egon Frey
Cultura Solidária
Passos Maia
Associação Reg. Cultural dos Assentamentos da Brigada Maria Rosa
Arte, Comunicação e Cultura na Reforma Agrária
Xanxerê
Associação Vêneta de Xanxerê
Projeto Catarina de Raízes Culturais





Fonte: ASCOM Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte
Autor(a): Christiane Santoro Balbys

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Segunda Oficina de Mapas

Convidamos à tod@s para participarem da Segunda Oficina de Mapas do Projeto Nova Cartografia Social que será realizada no dia 27 de agosto, quinta-feira às 18:30 na sede do Grupo Quilombola no Estreito - Florianópolis - SC. Até lá!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Oficina de Mapas do Projeto Nova Cartografia Social

CONVITE

Seu Grupo está convidado a participar da Oficina de Mapas do Projeto Nova Cartografia Social no dia 15 de agosto de 2009, na sede da Associação Quilombola Estreito - Florianópolis – SC, logo após da Roda da Figueira. A referida oficina será ministrada pela pesquisadora Erika M. Nakazono e NUER - UFSC.


Vossa presença é fundamental!


Atenciosamente,


Central de Capoeira

Tributo aos Mestres

Homenagem aos Mestres

MESTRES
AUSENTES E PRESENTES
Quem pra falar de capoeira?
O menino que brinca na roda?
Pode, e vai falar com poesia.
O homem, a mulher?
Pode, e vão falar com devoção.
Mas quem pra falar de capoeira que a tenha como ofício e condição?
Dar a palavra para quem faz dela, dia a dia, vida vivida sol a sol.
Dar a palavra para quem dela e nela ganha o pão,
E morre levando pouco,
E pouco a pouco a sua essência.
Mestres,
Dar a voz para eles.
E de tudo podem falar,
De luta e violência. De homem, mulher e criança. De fome, miséria e solidão.
De liberdade, resistência e exclusão.
Dar a voz e a vez e assim tirá-los do anonimato, da invisibilidade social.
Que falem os Mestres, sujeitos ocultos dessa luta capoeira,
Hoje arte tombada patrimônio, nacional, imaterial.
Que sejam estes Mestres, feitos na vida, que se façam ouvir.
Sem eles a capoeira vira fachada, casca, coisa exposta em vitrine, estudo de doutor.
Que soltem a voz.
Quando o corpo está calado, canta a alma pela voz, faz da fala resistência, da rebeldia criação.
DANUZA

Palestra Mestre Pop para 1ª Audiência Pública da Capoeira


Palestra Mestre Pop para 1ª Audiência Pública da Capoeira em Santa Catarina

Que nossos ancestrais, mestres imortais, possam estar presentes neste momento. Aqueles que vieram do longínquo continente africano e em suas jornadas trouxeram-nos seus saberes, legando-nos este maravilhoso patrimônio que é a cultura afro - brasileira. Ancestrais que viveram sob a mais procaz escravidão. Homens e mulheres, que foram ferramentas imprescindíveis na construção desta chama viva que é a arte “Capoeira”. Legado este transmitido a Aberrê, a mestre Valdemar da Paixão, mestre Traíra, Cobrinha Verde, mestre Canjiquinha, mestre Caiçara, a Noronha, a Paulo dos Anjos, a mestre Pastinha, a mestre Bimba e a tantos outros nomes que se configuram nas mais brilhantes estrelas que embelezam os céus deste imenso Brasil, berço da civilização do terceiro milênio.

Comprimento a todos presentes nesta audiência pública. A todos os meus mulungus, amigos irmãos, alunos discípulos que aprendem e nos ensinam lições; mestres cuja a essência se traduz em amor a esta arte. Aos digníssimos Senhores parlamentares presentes nesta plenária, espaço que consolida-se em local cujas decisões deverão sempre representar a dignidade ao povo catarinense.

Desejo neste momento conclamar a todos para que se unam em prol da regulamentação da profissão do capoeirista!

O tombamento da capoeira enquanto Patrimônio Cultural do Brasil, consolida-se em um forte instrumento de conquista para a luta da classe trabalhadora da arte-capoeira no Brasil. Para tal, compreende-se que não basta apenas o reconhecimento publico acerca do valor histórico da capoeira, mas sim que se valorize os sujeitos históricos envolvidos em sua construção. É necessário que se reconheça a luta daqueles que foram e continuam sendo instrumentos vivos para perpetuação da capoeira enquanto manifestação da cultura nacional. Não se deve omitir e nem ocultar a importância histórica dos capoeiristas para a formação da nossa identidade nacional.

A capoeira brota em solo brasileiro do anseio de liberdade de um povo e acima de tudo consolida-se em uma arma de luta política para a emancipação daqueles que outrora foram escravizados e marginalizados por conta de um regime procaz constituído pela sociedade escravagista. Assim como no passado não muito distante, em que houve descriminação, perseguição política, pena, reclusão e maus tratos aos capoeiristas, na atual conjuntura não tem sido muito diferente. Os tempos são outros, porém persistem a descriminação e as injustiças. Os projetos governamentais não avançam para consolidar a valorização daqueles que constroem a cultura nacional. As ações políticas configuram-se em ações meramente assistencialistas e não como ações de dever do Estado. São ações políticas sedimentadas em uma profunda burocracia que impede a todos terem acesso. É preciso construir políticas publicas que valorizem e oportunizem o sujeito vivo da ação cultural, aqui neste caso os capoeiristas.

E aos meus companheiros de luta chamo atenção! Que neste momento em que estamos construindo um processo cujo objetivo é a nossa emancipação social e econômica, sabemos das divergências e conhecemos aqueles que ainda permanecem no terreno filosófico acerca da verdade sobre a capoeira. Em minha opinião, neste momento o que importa é centrarmos nosso foco na proposta de regulamentação do ofício, no momento presente, no “aqui e agora”, com seus anseios e deformidades. Temos que reescrever esta história, não para mudar a essência da capoeira, mas no sentido da valorização real de todos sujeitos que a construíram e constroem no seu cotidiano.

Portanto é imprescindível o reconhecimento e a valorização dos profissionais da arte capoeira na contemporaneidade, sujeitos vitais e essenciais para manutenção deste Patrimônio Cultural do Brasil. Neste sentido o tombamento da capoeira, passa a ter um significado real para aqueles que atuam nos múltiplos espaços onde se difunde a sua prática. Com o reconhecimento dos sujeitos histórico se consolidará uma simbiose perfeita na plena valorização da capoeira, não só como patrimônio imaterial, mas também material, que são em síntese, os sujeitos de sua re-significação.

É preciso que a classe trabalhadora da capoeira compreenda que as verdadeiras e reais conquistas ainda estão por ser realizadas. Enquanto não avançarmos como movimento de organização política haveremos de permanecer às margens de um sistema que historicamente contribuiu para manter na marginalidade os sujeitos históricos desta arte, nos quais configuram-se os grandes mestres como Pastinha, Bimba, Aberre, Valdemar da Paixão, Paulo dos Anjos e tantos outros, tanto no passado como na contemporaneidade. A desorganização da classe trabalhadora só interessa àqueles que em nome de um paralogismo nos mantém alienados as suas retóricas.

É importante ressaltar que a luta pelos direitos dos capoeiristas e até mesmo a própria regulamentação da profissão não é uma temática que inicia-se nesta plenária, mas a mesma já é pauta de inúmeros projetos de lei que tramitaram na Câmara Federal. Porém o que se observa, é que as leis já propostas não atendem de fato as reivindicações da comunidade capoeirística como um todo. De um modo geral são propostas que não atendem as inspirações da grande maioria dos profissionais da capoeira.

Entendo que devemos nos esforçar para criar um movimento amplo, de cunho nacional e através do qual possamos somar esforços no sentido de formar uma base de consenso para debruçarmo-nos nos temas que são de interesse à classe dos profissionais da capoeira. Este movimento é imprescindível, pois ao contrário, permaneceremos na inércia. É necessário compreendermos que vivemos um tempo de profundas mudanças na estrutura social e econômica de nosso país. É sabido da importância da capoeira enquanto manifestação cultural e de sua contribuição para a transformação da identidade cultural do Brasil. Sendo assim, o tombamento da capoeira enquanto Patrimônio Cultural do Brasil deve servir de reflexão para compreendermos o nosso processo histórico no presente contexto.

Avançar, para a classe trabalhadora deverá significar a superação das mazelas, da mesquinhez, da hipocrisia, da arrogância e da vaidade que permanece no seio da capoeiragem. Devemos definitivamente compreender que malandragem não é sinônimo de marginalidade. A responsabilidade cabível aos profissionais da capoeira perpassa pela superação de valores que não condizem com aqueles que são objetivos estratégicos na transformação social, educacional e cultural do nosso país. Razão pela qual paradigmas devem ser mudados, novos valores devem ser implantados como elementos de prestigio na atualidade, sem esquecermos o legado histórico.

Definitivamente, devemos sair do terreno dos conflitos filosóficos e conceituais acerca da capoeira, pois a diversidade sintetiza a própria essência da capoeira na contemporaneidade. E porque estou mencionando isso? Porque as convenções filosóficas e os conflitos ideológicos tem sido o palco das adversidades que impedem avançarmos como uma classe trabalhadora que presta relevante serviço à nação, e hoje também ao mundo. O que nós não devemos é permitir que os antagonismos que se constituem a partir destes conceitos impeçam que avancemos enquanto classe trabalhadora devidamente organizada em prol da sobrevivência digna daqueles que trabalham com responsabilidade com a arte capoeira. A superação das divergências deverá se constituir numa mudança histórica. Temos que protagonizar um novo momento da história da capoeira, que não retrate novamente o passado de miséria e minúcias em que nossos mestres findaram-se. A construção deste novo momento deverá se fundamentar na sustentabilidade futura daqueles que ainda estão por vir. Este será o nosso legado às futuras gerações de mestres desta arte cuja essência traduz o mais profunda dos anseios humanos, que é a liberdade.

Meu muito obrigado. Mestre Pop

sábado, 8 de agosto de 2009

Audiência Pública da Capoeira SC



06 de agosto de 2009... Uma noite histórica para a nossa Capoeiragem, reunida para discutir e encaminhar sobre a Profissionalização da Capoeira. Debate de suma importância! Como valorizar e dar condições dignas de trabalho aos nossos Mestres? Muitas idéias e também dúvidas. Mas vamos continuar na luta... E mudar a nossa história... Para que mais nenhum Mestre caia na miséria... Que seja valorizado na Roda de Capoeira e na Roda da Vida! Jô